As 20 equipes querem que competição comece junto com as Séries A e B
Em carta enviada à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), as 20 agremiações que integram a Série C do Campeonato Brasileiro pedem um novo auxílio financeiro devido aos impactos econômicos provocados pela pandemia do novo coronavírus (covid-19). Elas solicitam, também, que a terceira divisão nacional comece ao mesmo tempo que as séries A e B – ou seja, entre 8 e 9 de agosto, conforme previsão da entidade.
As equipes argumentam, na carta, que o pedido de aporte financeiro “se embasa no entendimento da própria CBF, ciente das dificuldades de honrarmos os contratos e compromissos” por conta da perda de receitas durante a pandemia. “Nossa visão em relação à CBF é de que, realmente, esse é o momento em que ela precisa ajudar os filiados, né? O momento em que precisa estender a mão, até como motivo de sobrevivência do futebol”, declara o presidente do Vila Nova, de Goiás, Hugo Jorge Bravo.
Em abril, os capitães dos clubes da terceira divisão enviaram um abaixo-assinado à CBF solicitando uma primeira ajuda. A entidade liberou R$ 4 milhões às agremiações, equivalentes a dois meses da folha salarial dos atletas, em média, sendo R$ 200 mil por equipe.
A data para início da terceira divisão em 2020 também preocupa os clubes. Segundo Jorge Bravo, os dirigentes dos 20 participantes se colocaram à disposição para o torneio começar em agosto, simultaneamente às Séries A e B. Na carta enviada à Confederação, as equipes se comprometem “a seguir com responsabilidade os protocolos de higienização” e “as exigências estabelecidas pela CBF para a rotina de treinos e jogos” e afirmam que a principal preocupação deles “é a saúde dos atletas”.
Antes da pandemia, o calendário da Série C iria de maio a novembro, quando chega ao fim o vínculo de boa parte dos jogadores das equipes. “É de suma importância concluirmos o campeonato o quanto antes. Nosso planejamento orçamentário não conta com o torneio até dezembro ou janeiro. A gente tem consciência de que o número de rodadas da nossa divisão é menor que nas Séries A e B. E pede, inclusive, que, iniciando o campeonato, a gente possa disputar a fase classificatória no menor tempo possível, com as 18 rodadas em três meses e meio, no máximo”, descreve o dirigente.
Realidades distintas
As equipes da terceira divisão reiniciam os treinamentos em momentos diferentes. O Brusque (SC), por exemplo, voltou em maio, após liberação do Governo de Santa Catarina. A dupla paraense Remo e Paysandu, por sua vez, pôde retomar as atividades apenas nesta quarta-feira (1º), assim como o Ituano (SP), que recomeçou os trabalhos junto dos demais times da Série A1 do Campeonato Paulista. Já o São Bento, apesar de ser do mesmo estado que o rival de Itu, ainda não foi autorizado a treinar, pois está na Série A2 (segunda divisão) de São Paulo, cujos clubes ainda esperam o aval do governo de São Paulo.
“É um prejuízo incalculável. Não existe condicionamento físico intermitente, não há preparação técnica intermitente. É mais um problema que teremos, de ordem financeira e logística, porque temos que resguardar os interesses do clube, sempre dentro da legalidade”, justifica o presidente do Vila, que estuda levar as atividades para cidades vizinhas, como Aparecida de Goiânia (GO) onde não há a proibição a treinos.
Agência Brasil – Foto da capa: Facebook/Vila Nova