Mais de 2,5 mil cidades brasileiras já têm operações de franquia no Brasil.
Dados divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) revelam que o faturamento do mercado nacional de franquias cresceu 6,1% no terceiro trimestre deste ano, passando de R$ 44,479 bilhões para R$ 47,203 bilhões. O presidente da ABF, André Friedheim, disse que a receita do setor de franchising deverá crescer este ano entre 7% e 8%, dependendo do comportamento das vendas em duas datas importantes para o varejo. São elas o ‘Black friday’, dia que inaugura a temporada de compras natalícias com promoções em muitas lojas e previsto para ocorrer no final de novembro próximo, e o Natal, cujas vendas devem mostrar expansão entre 5% e 10%, cada.
No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o faturamento do setor evoluiu 6,8%, acumulando cerca de R$ 130 bilhões, informou Friedheim. O mesmo percentual de aumento foi registrado nos últimos 12 meses findos em setembro, com a receita passando de R$ 170,988 bilhões, no terceiro trimestre de 2018, para R$ 182,657 bilhões em igual período de 2019.
Maiores altas
A pesquisa da ABF mostra que contribuíram para o aumento no terceiro trimestre os segmentos de casa e construção, devido à retomada do setor imobiliário, com crescimento de 9,1%; comunicação, informática e eletrônicos (alta de 8,3%); hotelaria e turismo (+7,2%); e moda, que teve expansão de 8,6%, porém em cima de uma base reprimida, porque esse foi um dos segmentos que mais sofreram nos últimos anos em queda de receita, segundo expôs o presidente da ABF.
“Moda acabou sendo um destaque, apesar de ainda não ter mostrado uma retomada de fato”.
No terceiro trimestre de 2019, o mercado nacional de franquias abriu mais 4,3% de lojas em relação ao mesmo período do ano passado, e fechou 1,4%, o que gerou saldo positivo de 2,9%, o que equivale a 160.553 lojas em operação no país.
“Hoje, são abertas entre 20 e 25 franquias por dia em todo o país, que geram em média oito empregos por operação aberta”, informou Friedheim.
Analisou que a chamada lei do trabalho intermitente ajudou bastante o setor de franchising.
No período compreendido entre julho e setembro deste ano, os postos de trabalho diretos cresceram 4%, subindo de 1,286 milhão para 1,343 milhão.
“Este ano, o franchising já gerou mais de 40 mil empregos diretos. É um número bem considerável”.
A expectativa para o ano é de geração de mais de 5% de empregos diretos, em relação ao ano passado, o que equivale a algo entre 60 mil a 70 mil empregos novos criados, disse André Friedheim.
Mudanças de consumo
O ranking das 30 maiores cidades do Brasil em número de unidades de franquias entre o primeiro semestre deste ano comparativamente ao mesmo período de 2018 confirma o processo de interiorização do franchising e revela que apenas duas capitais subiram de posição. Uma delas foi Cuiabá, que passou da 29ª colocação para a liderança do ranking, com alta de 20% no total de unidades em operação, graças, principalmente, à abertura de shopping centers na cidade. Os segmentos que registraram maior variação em Cuiabá no período foram limpeza e conservação (44%), moda (40%), comunicação, informática e eletrônicos (40%).
A segunda capital com destaque foi Teresina, que subiu do 27º para o 24º lugar. Os segmentos que responderam por 61% da variação positiva da capital do Piauí em unidades foram: comunicação, informática e eletrônicos (138%), serviços e outros negócios (33%), limpeza e conservação (15%) e moda (12%).
De acordo com o presidente da ABF, a mudança do hábito de consumo da população com compras pela internet e por delivery e o crescimento dos shoppings centers que ainda afeta algumas cidades têm impacto grande no setor. Revelou que hoje, nos shoppings centers novos, 80% das lojas de praças de alimentação são franquias e 30% a 40% das lojas satélites também são franquias.
Tendência
Ele aposta que a tendência de interiorização terá continuidade daqui para a frente.
“A gente está vendo cada vez mais o franchising penetrando em cidades onde antes nunca penetrava. A gente está em 48% a 49% dos municípios brasileiros e deve aumentar nossa penetração em maior número de cidades e as marcas criando conceitos, formatos e modelos específicos sem perder DNA, sem perder a sua característica, para atender as cidades de menor porte”.
Por Alana Gandra – Agência Brasil