Com a chegada do mês de calor mais intenso e as férias escolares, muitos banhistas procuram como destino as praias e aos balneários do Pará no mês de julho. Diante de uma maior movimentação, os cuidados, dentro e fora da água, também precisam ser reforçados. Por isso, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará traz orientações para um verão mais seguro, que só deixe boas lembranças como registro.
Não foi o que aconteceu, no verão de 2015, com o jornalista Adriano Wilkson. Ele passava férias com amigos na casa da família, próximo à praia do Chapéu Virado, em Mosqueiro, quando decidiu entrar na água no início da noite e sofreu uma ferroada de arraia.
“Eu sabia que havia arraias em Mosqueiro, mas por frequentar desde criança, entrei despreocupado na água e fui logo para o fundo, quando senti uma ferroada na panturrilha. Era como uma furadeira, entrando girando e saindo da mesma forma. A dor era muito grande e ficou dolorido por semanas. Tenho a cicatriz na perna até hoje”, conta Adriano, que recebeu atendimento médico e medicação no hospital da ilha após o ocorrido.
O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Átila das Neves Portilho, explica que as ocorrências com animais aquáticos variam de acordo com o balneário. Em praias de água salgada, como Salinópolis, Marudá e Bragança, é muito comum acidentes com caravelas, águas-vivas (que liberam uma toxina que irrita a pele humana) e peixes de pequeno porte (que causam um ferimento corto-contuso). Já em praias de água doce, segundo o profissional, o mais comum são os acidentes com arraias.
“É sempre importante frisar que esses são comportamentos de defesa desses animais porque, na realidade, eles estão em seu habitat. Nesse caso, a principal orientação é sempre procurar por um guarda-vidas para obter informações sobre o índice de acidentes com animais marinhos na praia, bem como outras informações como horário das marés e locais adequados ao banho. É muito difícil prevenir um acidente com água-viva porque ela se camufla na água, em razão de ser pequena e transparente. Já com caravelas fica um pouco menos difícil a prevenção, pois ela se assemelha a um balão flutuando na água. Com arraias a principal dica é evitar locais com lama”, ressalta o tenente-coronel.
O Corpo de Bombeiros conta, neste mês, com o efetivo de 850 profissionais, em 52 municípios, atuando em praias e balneários, com o apoio de equipamentos como motos aquáticas, bote inflável, lanchas e quadriciclos para prestar socorro aos veranistas. No primeiro final de semana de julho, foram registradas 3.652 advertências aos veranistas que se colocaram em situações de risco, como quando se afastam demais da faixa de areia, quando estão visivelmente sob efeito de álcool e adentram na água, quando deixam uma criança sozinha na água, entre outras.
Fique atento às orientações:
. Não é recomendado o banho em áreas afastadas, como em braços de rios, que não são classificados como balneários, motivo pelo qual não há cobertura por guarda-vidas;
. É importante estar atento aos ‘buracos no mar’, que podem ocorrer por formação natural ou por ação humana, quando é feita dragagem no fundo do curso d’água para retirar areia. Peça a orientação dos guarda-vidas para identificar se o solo é sólido. .
Em caso de afogamento, a pessoa inconscientemente vai chamar por socorro, especialmente com gestos, acenando com os braços. Por isso é sempre muito importante evitar se afastar da margem porque, ainda que a pessoa saiba nadar, ela pode ser acometida de um mal súbito, como uma câimbra, por exemplo. Também é importante que as pessoas que sabem nadar tenham consciência que em áreas de praia há algumas variáveis, como a correnteza, que não existe em piscinas.
. Não é recomendado que uma pessoa tente salvar outra, sem nenhum preparo para isso, evitando que se torne mais uma vítima. Se tiver à mão algum objeto que flutue, jogue-o para o afogado. É importante também manter a calma e procurar tranquilizar o afogado.
. Qualquer artifício que venha aumentar a segurança das crianças é válido (como amarrar um apito na mão ou na roupa de banho das crianças), mas não se pode deixar de frisar que nada substitui uma vigilância constante aos pequenos.
. Não é recomendado que uma criança de mais idade tome conta de uma mais nova. As crianças estão ali para se divertir e a responsabilidade por sua guarda e vigilância não pode ser delegada a outros menores.
A operação teve início no dia 1º de junho e segue até o dia 2 de agosto, com mais de 3 mil profissionais de segurança pública em atuação
Fonte: Agência Pará – Foto: Ascom/CBMPA