Posso fazer um pix? Posso transferir pelo celular? As perguntas, cada vez mais comuns, entre as pessoas e as empresas, mostram que o uso das tecnologias bancárias tem se tornado mais frequente, até por quem não confia muito nas transações bancárias pelo celular.
Impulsionado pela pandemia da covid-19 e as medidas de isolamento social, iniciadas em março do ano passado, o uso do celular é o canal favorito dos brasileiros para pagar contas, fazer transferências, contratar crédito e as demais operações bancárias entre outras ações.
No ano passado, pela primeira vez, as transações realizadas no mobile banking – os aplicativos bancários – representaram mais da metade (51%) do total das operações feitas no país, revela a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2021 (ano-base 2020), divulgada nesta quinta-feira (24) no Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras (CIAB) realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) 2021.
PIX
Neste ano, a pesquisa trouxe um recorte especial sobre o Pix- sistema de pagamento instantâneo, que entrou em vigor em 16 de novembro do ano passado. Entre os destaques, o levantamento mostra que a nova ferramenta ampliou significativamente a sua participação na composição de transações bancárias, ganhando espaço sobre pagamentos via transferências tradicionais (DOC/TED).
Em novembro, entre os 21 bancos pesquisados, as transações pelo Pix somaram 59,2 milhões, número que foi para 338,2 milhões em março deste ano, um crescimento de 471%; enquanto as transferências caíram de 229,4 milhões para 218,5 milhões no mesmo período. A pesquisa mostrou que o número de usuários cadastrados com mais de 30 recebimentos por Pix no mês aumentou de 6 mil para 519 mil em março.
Cibersegurança
Os aplicativos bancários para celular ganharam destaque após o caso do vereador de São Paulo ter R$ 67mil transferido de sua conta bancária após o roubo de seu celular. Apesar desse e de outros relatos de casos semelhantes, a Febraban esclareceu, por meio de nota, que os aplicativos dos bancos contam com o máximo de segurança em todas as suas etapas, desde o seu desenvolvimento até a sua utilização. “Portanto, não existe qualquer registro de violação da segurança desses aplicativos, os quais contam com o que existe de mais moderno no mundo para este assunto. Além disso, para que os aplicativos bancários sejam utilizados, há a obrigatoriedade do uso da senha pessoal do cliente”, completa a nota.
Como funciona o golpe
Muito dos roubos ocorrem em vias públicas durante o uso do celular pelas pessoas. Dessa forma, os criminosos têm acesso ao celular já desbloqueado e, a partir daí, realizam pesquisas no aparelho buscando por senhas eventualmente armazenadas pelos próprios usuários em aplicativos e sites. De posse dessas informações, tentam ingressar no aplicativo do banco.
“O que a gente percebeu é que o ladrão rouba o celular, ele está aberto e o ladrão procura se há algum lugar que tem alguma senha ou credencial. Não posso afirmar que foi esse o caso, mas é uma prática que a gente orienta a não fazer, mas reitero que os canais digitais são extremamente seguros, essa preocupação é constante nesse segmento”, destacou Mulinari durante o CIAB.
Na última sexta-feira (18), a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor São Paulo (Procon-SP) notificou dez bancos e três associações do setor financeiro para que mostrem não existirem falhas na segurança dos aplicativos (apps) das instituições.
Fonte: Agência Brasil – Foto: Ascom MCom