Superando os caminhos com ORDEM E PROGRESSO


Buscar uma vida melhor e crescer. Foi assim que o ex-vendedor de bombons, Ludimar Alves da Costa, passou de ambulante a um empresário de sucesso.

Criatividade, ambição e ousadia são as dicas que ele dá para ter sucesso. “Não existe uma receita pronta”, garante. Mas é preciso ter muita persistência e trabalho duro se reinventando a cada dia.

“Eu tinha 15 anos e comecei com um quilo de bombons em cima de uma caixa de tomates. Vendi tudo num dia e no dia seguinte comprei dois quilos. No final da semana já tinha uma banquinha com variedades. Ficava em frente do Colégio Gentil Bittencourt em Belém, e isso era em 1979”, lembra.

Nascido em Caxias no Maranhão, região banhada pelo Rio Itapecuru, ele trabalhou pesado na roça. Não teve infância e também não havia completado o ensino médio e conta que por três vezes teve que recomeçar.

“O rapa da prefeitura passou e levou minha banca com tudo, fiquei zerado. Mas nunca fui de desistir”.

Chegou no Pará em 1978 e trabalhou no Ver-o-Peso vendendo chinelos, foi servente numa prestadora de serviços e também pedreiro.
“Durante a semana eu era contratado e fazia serviços gerais, limpei muito banheiro. No final de semana era minha folga e depois do meio-dia ia procurar um “extra”, como ajudante no aterro. Eu nem sabia quanto ia ganhar e ia embora. No domingo ia vender picolé em Mosqueiro”, conta.

Vivendo só num quarto pequeno alugado, decidiu sair da prestadora de serviços para tentar algo melhor e foi nessa época que na inocência, pediu as contas e perdeu todos os direitos trabalhistas.

“Não tinha nem noção do que estava perdendo, o aviso prévio, um mês de salário e o FGTS. Mais uma vez estava sem nada. Fiquei doente e perdi a visão do lado direito, mas um amigo me ajudou”.

No ano de 1987, durante a caminhada vendendo de picolés um amigo apareceu. Ali começava a reviravolta na sua vida.
“O amigo chamou ele para ser vigia numa empresa e a situação melhorou, ganhava um salário. Depois na mesma empresa foi chamado para lavar peças e o salário dobrou. A guinada na minha vida tinha chegado”.

A oportunidade adicionada a força de vontade, foi cada vez mais alavancando o caminho de Ludimar. Das peças lavadas, trabalhou pelo escritório da empresa e por fim um setor que ele aprendeu a dominar graças aos bombons, vendas.

“O bombom foi o início de tudo na minha vida, aprendi a comprar e vender e nunca esqueço disso. Não tive condições de estudar e fui concluir o ensino médio só em 1993 na marra”.

DIA D

O empresário afirma que o pulo do gato ou o dia decisivo, foi quando chegou a ser gerente de vendas na antiga empresa que abriu uma uma filial em Castanhal.
Após dezessete anos na atividade e muita experiência comercial, Ludimar começou sua primeira loja, a Casmape. Era outubro de 2002.
“Vim morar na cidade de Castanhal em busca de um sonho. Era ter felicidade, uma família, uma casa e dignidade”.

SEM CRISE

Não é a crise econômica que o país enfrenta que vai tirar a expectativa de bons resultados para o ex-vendedor de de bombons. Ele acredita que o investimento e a inovação são fundamentais para a superar o momento.

“Hoje o cenário econômico e político ocasionou um desânimo geral e acho que as pessoas precisam ter uma convicção para que a situação possa melhorar. Logo que o país começou com essa onda de crise, fui na contramão e montei uma outra loja em Castanhal. Me criticaram muito, mas penso que é nessa hora que eu preciso fazer com que o negócio melhore, preciso investir e não recuar. Se eu parar de investir ou demitir funcionários, aí sim a crise se instala. É preciso muito trabalho e raciocínio. Assim consegui novos fornecedores que estão acreditando no meu trabalho. A crise sempre existiu.Tudo é com muito sacrifício e dificuldade. Se não der certo, não é para desistir”.

FAMÍLIA

“Não quero que meus filhos passem pelo que passei no passado, sempre estou aconselhando, afinal nosso futuro está nas mãos deles. Acho que falta oportunidade para os jovens e é preciso mais ensino profissionalizante. O Brasil tem jeito com mais educação e os jovens precisam de um rumo com capacitação”

DIFICULDADES

Quando deu início aos negócios, Ludimar enfrentou problemas comuns entre novos empreendedores. Aos poucos foi conhecendo o mercado e conquistando espaços, porém ele diz que os problemas existem e precisam ser resolvidos. Saber administrar o tempo é essencial.

“A zona de conforto é a pior coisa que tem na vida de uma pessoa. Com dedicação, honestidade e seriedade você consegue o que quer, mas é dificil manter o que tem. Ainda sou aquela pessoa da banquinha de bombons. A vida foi dura no início e ainda é em qualquer segmento que a gente for trabalhar, por isso aprendi que é preciso um diferencial”.


2 thoughts on “Superando os caminhos com ORDEM E PROGRESSO

  1. Ricardo Vieira disse:

    Que coincidência, ontem fui fazer compras na loja dele.
    Parabéns pela matéria.

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