Atenção deve ser redobrada no inverno amazônico, que segue até o fim de março de 2020
Elevação da temperatura, chuva frequente, ventos com intensidade moderada à forte. Essas são algumas das características do verão no Hemisfério Sul, que começou e segue até o dia 20 de março de 2020.
Na região Norte, a estação é reconhecida especialmente por um aspecto: as fortes chuvas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Belém registrou o mês de novembro mais chuvoso dos últimos anos, na comparação com o período de 1981-2010.
Devido à intensidade das chuvas que marcam o verão amazônico, é importante tomar alguns cuidados. O principal é observar as condições climáticas para, se for o caso, providenciar abrigo. “Ao reconhecer a possibilidade de uma chuva forte, a pessoa deve se precaver para que não esteja desabrigada. Deve ficar, de preferência, dentro do ambiente onde estiver até que pare de chover”, recomenda o capitão do Corpo de Bombeiros do Pará, Leonardo Sarges.
Além de observar o volume de água precipitado, é preciso ainda atenção a outra característica do clima nesse período: a incidência de raios.
RAIOS
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no Brasil, caem 77.8 milhões de raios por ano. É o maior país da zona tropical do planeta, onde o clima é mais favorável à formação de tempestades e de raios. São três tipos: o que acontece apenas entre as nuvens, caracterizado pelo relâmpago (descarga elétrica formada nas nuvens de tempestade), que faz um trajeto mais ou menos horizontal. O outro tipo é o que segue acima das nuvens e, portanto, não atinge o solo. Por fim, há o raio conhecido como nuvem-terra. “É o mais perigoso para nós, pois é uma descarga elétrica que desce da nuvem e, geralmente, atinge estruturas com extremidades pontiagudas, como as árvores”, alerta o capitão Leonardo.
Por isso, é fundamental que a pessoa – caso esteja na rua durante forte chuva – não procure abrigo embaixo de árvores, perto de postes ou qualquer construção que tenha partes pontiagudas e possam atrair os raios. “O indivíduo tende a acreditar que estará abrigado, mas na verdade estará no ponto mais crítico: um terreno descampado, onde se formam essas ‘pontas’ que têm o poder de atrair os raios”, avisa Leonardo. O oficial alerta ainda que, se a pessoa estiver dentro de um carro, o local mais seguro é dentro do veículo mesmo, mantendo os vidros fechados e aguardando a chuva passar.
RISCOS
A intensidade típica da corrente elétrica de um raio é de 30 mil amperes, o equivalente a cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico. Se um raio atingir uma residência ou área próxima, a fiação elétrica do lugar corre riscos. “A descarga elétrica pode se distribuir na fiação e danificar aparelhos. Às vezes, vem com tamanha força que pode até comprometer a estrutura física do local”, observa o capitão do Corpo de Bombeiros.
“Se um pedaço eletrificado pelo raio cai dentro d’água, a energia vai se difundir e atingir as pessoas que estão dentro desse líquido”, explica o oficial dos bombeiros. Por isso, outra recomendação é que durante as chuvas intensas, a pessoa não esteja dentro de piscina, praia, açude.
Algumas medidas que devem ser tomadas antes, durante e após a ocorrência de chuvas fortes.
Antes:
– Verificar a previsão do tempo e procurar local abrigado (residência, local do trabalho, etc)
Durante:
– Se estiver dentro de um veículo, permanecer em seu interior, mantendo vidros fechados.
– Não tentar se proteger debaixo de árvores, postes.
– Dentro de casa, afastar-se da fiação elétrica, evitar usar objetos metálicos, desligar os registros de gás e de eletricidade, evitar utilizar equipamentos eletrônicos, até mesmo o celular.
– Deve-se ter um cuidado especial com crianças, por conta do comportamento infantil, e com idosos, que também são muito vulneráveis, a fim de evitar quedas em terrenos escorregadios ou atingidos por descarga elétrica.
– O Corpo de Bombeiros recomenda ainda que as pessoas permaneçam em suas residências em caso de falta de energia elétrica provocada pela chuva.
Após:
– Em caso de local inundado, pedir ajuda para se deslocar, pois há risco de a pessoa ser levada pela correnteza.
– Deve-se tomar cuidado com buracos, bueiros, evitar contato ao máximo com a água desses espaços, a fim de evitar o contágio de doenças.
Serviço:
O atendimento do Corpo de Bombeiros funciona de forma integrada com a Polícia Militar. A população pode acionar o serviço pelo número 193 ou através da Polícia Militar, no 190, para informar sobre vítimas ou solicitar apoio.
O Corpo de Bombeiros está a postos 24h com as guarnições de serviço. Quando acionadas, são direcionadas, seja por viaturas ou por embarcações, para atender ocorrências de choque, colisão e queda. Atende também vítimas de trauma e as direciona até o hospital mais próximo.
Por Igor Oliveira / Ag. Pará