É pendurado sob uma gôndola quase na ponta de um prédio no centro de Tóquio que Halley Koichi da Silva Tanaka, desafia as alturas fazendo o seu melhor para manter tudo sob controle.
Filho de pai japonês e mãe brasileira, o jovem garoto de 17 anos deixou o solo brasileiro quando terminou os estudos em Castanhal para ficar perto da família.
Muitos vão para o Japão atrás de fábricas mas Halley faz parte da terceira geração da família que se arrisca nos prédios da capital japonesa sob vento, chuva e o terremoto.
“Trabalho com uma técnica que é originária dos Estados Unidos e foi aperfeiçoada no Japão. Fazemos a fendagem em diferentes materiais como o vidro, alumínio e o concreto para a proteção contra a água e também para amortecer o impacto causado durante os tremores dos terremotos que acontecem sempre por aqui. A borracha que aplicamos entre os materiais, se desgasta com o tempo e é preciso trocar a cada 10 anos”.
O igarapé-açuense gosta de lembrar que é da terra do Doutor Sócrates e já trabalhou entre alguns dos maiores prédios e cenário de cartões postais da cidade como o Tokyo Metropolitan Government Building que é o prédio da Prefeitura de Tóquio, que tem 48 andares e 242 metros de altura. Medo de altura não parece ser problema, mas o arquipélago japonês sofre com os constantes terremotos.
“Antes de começar o trabalho todos os dias, fazemos uma reunião sobre os perigos e a atenção que devemos ter com o trabalho. A maioria das vezes estou dentro da gôndula nas alturas pendurado a mais de 20, 30 andares. Não tem como sentir um tremor lá no alto, já fui avisado pelo sensor. O maior medo foi no início quando comecei a trabalhar nessa área e não tinha experiência, porém esse medo também pode te ajudar a ter cuidados e mais atenção”.
Terra Natal
Apesar de completamente adaptado, Halley diz ter saudades de sua terra natal e de Castanhal, que é onde viveu parte da sua vida. Mesmo sem planos para voltar, ele costuma passar férias perto dos amigos e saborear a culinária regional.
Como na frase do filme “O Mágico de Oz”, de 1939, “Não há lugar como a nossa casa”, que reflete o sentimento das pessoas que moram fora e têm quando lembram da terra onde nasceram e as lembranças estão frescas na memória.
“O Pará sempre está em meu pensamento como também os amigos de minha infância. Poder andar descalço, tomar banho em igarapés, comer as frutas nas árvores é só na minha terra, e isso faz com que meu coração seja sempre natural. Nunca esqueça de onde você veio. Agradeço ao meu Pará”.
Esse cara merece. Costumava jogar bola com ele na COHAB.
Muita coragem!
Mano Du ceu, te achei aqui. Faz tempo que não te vejo irmão.
Qdo vier passear aqui em Castanhal venha nos visitar.
Eu sou o Fabinho da Cohab. Morava perto do bambuzal.
Cuidado pra não cair daí.
Parabéns pela coragem e força de vontade!!! Realmente, chega uma hora que temos q nos afastar das nossas raízes, restando somente as lembranças e muita saudade…